Biografia
"Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira” explora a expressão e identidade de gênero, a diversidade e a diferença na arte brasileira por meio de um conjunto de obras que percorrem um arco histórico de meados do século XX até a atualidade. A exposição reúne 264 obras de 85 artistas, dentre eles: Adriana Varejão, Alfredo Volpi, Bia Leite, Cândido Portnari, Cibelle Cavalli Bastos, Leonilson, Lygia Clark, Pedro Américo, Roberto Cidade e Sidney Amaral. Provenientes de coleções públicas e privadas, as obras são igualmente representativas da diversidade estética, geográfica e geracional da produção artística do Brasil.
Em sua primeira apresentação realizada no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, a exposição sofreu uma campanha difamatória em redes sociais de grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL), na qual seus participantes afirmavam que a exposição fazia apologia à pedofilia, pornografia e à zoofilia, além de desrespeito à figura religiosa, por isso ameaçaram boicotar o Banco Santander, que cancelou a exposição. Todas as acusações foram desmentidas pelo Ministério Público Federal, que se manifestou afirmando não haver crime de qualquer espécie tendo recomendado a imediata reabertura da exposição, que não aconteceu.
A exposição seria, então, realizada no Rio de Janeiro, pelo Museu de Arte do Rio (MAR), porém foi censurada por Marcelo Crivella, prefeito da cidade, que declarou em um vídeo que a exposição só aconteceria se fosse “no fundo do mar”.
“Queermuseu se propunha a ser um museu provisório, de caráter metafórico, cujo objetivo é propiciar um campo de investigação sobre o caráter patriarcal e heteronormativo do museu como instituição ao fazê-lo constituir uma plataforma de experiência para exercitar o pensamento de outra forma, ou seja, pensar fora da norma”. Segundo o curador da mostra, Gaudêncio Fidelis, “é uma exposição fundada na democracia e na visão de um processo de inclusão”.